Retratografia | Minimal

Tiremos o pó deste blog. E tiremos com um regresso mais do que devido: fico ainda com o de Junho em atraso, mas cá está o Retratografia de Julho! Para este mês, o desafio proposto pela Catarina passava por recriar o nosso próprio conceito de Minimal. Ora, se eu até me considero minimalista em muita coisa, na fotografia não posso dizer que o seja - nem deixe de ser. A verdade é que procuro apenas que faça sentido e que o destaque esteja no elemento correcto, acima de tudo - independentemente de se poder dizer que é uma imagem minimalista ou não.






Podem então imaginar as voltas que dei para tentar recriar este conceito. Não queria procurar uma parede branca e trabalhar a partir daí. Procurei inspirações, e para além da moda - que seria uma excelente área para explorar neste tema - o que mais me atraiu foram os jogos de luzes. E foi com esses jogos que quis trabalhar: claro vs escuro, a força do contraste transmitindo tudo o que há para transmitir. O Zé deu o corpo ao manifesto e aqui chegamos: cá ficam as fotos de Julho.

A minha câmera é bem mais velha do que eu

No último Natal fui abençoada com dois brinquedos que têm feito os meus dias. Um deles foi uma Canon AE-1: uma câmera analógica cuja produção ocorreu entre 1976 e 1984 e que, para além de ser linda e peça de decoração cá em casa, já me rendeu umas aventuras fotográficas bem interessantes.





First World Problems

Comecei as minhas lides fotográficas "a sério" já na era digital: o chimping (aquela coisa de ver como ficou toda a santa foto que tirámos) fez portanto parte da minha aprendizagem para perceber como é que tudo funciona; estou habituada a poder confiar no fotímetro e a adaptar o que ele me mostra à realidade sem dificuldade se assim for necessário; foco manual só mesmo em casos muito específicos.

Mas a magia do analógico é mesmo essa: não ter acesso a nada disso. O fotímetro está lá mas é preciso estar em cima das luzes e sombras. Ver como ficou a foto? Só quando revelares o rolo. Tirar 30 fotos e uma delas há de resultar? Não vai dar, não sou rica! Foco manual? Tem que ser, não há outra opção!

Foi com os olhos a brilhar que recebi esta câmera. Eu já tinha uma SLR, analógica (roubada aos meus pais!), mas que só diferenciava da minha DSLR precisamente por não ser digital - de resto, tinha todos os automatismos a que estamos habituad@s. Mas com a AE-1, não tinha nada disto. Tudo o que saísse deste rolo seria responsabilidade minha. Absolutamente tudo! E, portanto, rebentei com o primeiro rolo em menos de um ápice.