Retratografia | Vintage

Vintage. É o tema do Retratografia de Maio e, embora a inspiração fosse algo mais victoriano do que o caminho que segui, foi impossível não pensar imediatamente na vibe 80's do carro que o meu irmão está a restaurar. A Catarina propôs a recriação de um estilo e de um tempo passado, e eu resolvi ficar pelo passado recente - e, confesso, não me arrependo!


Se o meu irmão gosta de ser fotografafo? Ele diz que não. Se eu gosto de o fotografar? Yep! Especialmente num contexto tão "dele": motorhead, mãos na obra, num carro que ainda está longe de acabado e que mesmo assim já está muito cool. Nem imagino quando estiver pronto!






Tempos estranhos

Tempos estranhos, estes. Em que passamos directos do Inverno para o Verão e do Verão para o Inverno, e continua a haver quem não veja nada de estranho nisto. Em que um continente inteiro chama anti-europeístas para o Parlamento Europeu. Em que há um sururu gigante com o Artigo 13 e com as sanções da Europa e depois há uma abstenção de quase 70%. Em que um dos maiores líderes mundiais ameaça outros países com guerras - militares e comerciais - e depois deixa morrer o assunto simplesmente deixando de falar dele. Em que tantas pessoas se dizem feministas, justas, eloquentes, inteligentes, mas depois julgam toda e qualquer pessoa que goste de falar de assuntos "fúteis" ou que "tenha a mania que sabe falar de política" - és pres@ por ter cão e preso por não ter -. Em que nos preocupamos mais com o final da Taça de Portugal do que com a noite eleitoral. Em que educamos os miúdos para terem boas notas e não para aprenderem. Em que vamos tomar café com os amigos e passa toda a gente, o tempo todo, com o nariz enfiado no telemóvel.

Jacket - c/o Zaful | Dress - Massimo Dutti (Thrifted) | T-shirt - Zara | Bag - Pimkie (Thrifted) | Boots - Primark
Fotografia de José Santos



Eu sou daquelas pessoas que tem fé eterna no mundo, que acha sempre que tudo só pode ficar melhor ou que, pelo menos, não pode piorar. Mas nem o melhor dos optimistas o consegue ser 100% do tempo. E longe de achar que a vida é terrível - que não é, mesmo, de todo! - ou de achar que o que eu disse acima se aplica a tod@s - que não aplica, de todo! - vejo muita coisa estranha à minha volta.

Então agora GOT é anti-feminista?!

!ALERTA SPOILERS!

Se acompanham Game of Thrones e ainda não chegaram ao final, sugiro que se retirem de fininho e voltem aqui quando acabarem - a série é só um pretexto para esta discussão mas de certeza que vou escrever algo que vocês não querem ler!

E agora, o verdadeiro assunto:

Caramba. Eu sou feminista. Digo-o quantas vezes for necessário, com todo o orgulho e a força que já vai sendo preciso ter para dizer isto porque aparentemente continua a ser preciso explicar o que é o feminismo e uma pessoa cansa-se. Mas nem tudo é "militância". As mulheres não têm que ser glorificadas e dadas como a melhor das opções em todo e qualquer contexto só por serem mulheres.

A Dany deu a louca. A Arya teve medo. A Cersei fraquejou. O Jon mostrou ser um homem "do bem" e adepto do "for the greater good". E não sei se passo demasiado tempo a ver memes e comentários, mas ver mulheres a dizer que isto é misoginia faz-me confusão.

Votar nas Eleições Europeias: Para quê?

As eleições europeias aproximam-se a passos largos: no próximo dia 26 de Maio, Domingo, há encontro marcado nas urnas por esse Portugal - e Europa - fora.

Em 2014 registamos a taxa de abstenção mais alta na história das eleições europeias: apenas 42,5% dos eleitores europeus foram votar. O que significa que 57,5% dos europeus deixaram a escolha na mão dos outros eleitores. Em Portugal, 66,2% dos eleitores abdicaram do seu direito de escolha e da sua voz, segundo o PORDATA.

Mas vale a pena votar?


Talvez já tenham percebido qual é o meu ponto de vista sobre esta questão pelo parágrafo anterior. Não vejo o voto como um direito a exercer apenas se nos apetecer, ou a abstenção como uma arma de arremesso quando achamos que "são todos iguais". Deixar a escolha na mão dos outros eleitores e depois dizer "não quero saber de política, são todos iguais" é descartar-se de toda a responsabilidade que esse direito traz consigo. É perder também o direito de dizer precisamente o que tanto se gosta de apregoar: que é tudo igual e não vale a pena. Mais do que um direito, vejo o voto como um dever - o nosso dever de zelar pelos nossos próprios interesses, individuais e colectivos, como cidadãos de democracias livres e funcionais. Não pretendo vir aqui dar uma de cidadã exemplar ou de tentar dar "lições de moral" a ninguém, mas gostava de ver uma maior participação e interesse por estes assuntos que são, efectivamente, fulcrais na vida de tod@s nós.

Dito isto:

O que se decide nas eleições europeias?

Jiji à Lyon: Parc de La Tête d'Or ou o parque dos meus sonhos

Há pouco mais de um ano atrás, passeava pelas ruas de Lyon com a malta da in skené. E que traça com que já estou de repetir a dose (embora tenha ido à Suíça em Outubro e ainda nem tenha começado a falar disso por cá!). Que vontade de voltar ao Mundo e de conhecer novos recantos como este magnífico parque.

Parc de La Tête d'Or




Já o disse por cá: fui para Lyon sem fazer a mínima ideia do que esperar. E foi maravilhoso. O Parc de La Tête d'Or foi dos lugares que mais me encantou - logo a seguir a Vieux Lyon, zona da qual já vos falei. Este é o maior parque urbano de França, contando com um zoo, um lago com barquinhos, um jardim botânico, estufas (e como eu adorei as estufas!), póneis, veados, e todo um mundo de ambientes diferentes, perfeitos para famílias, turistas, e só para uma corrida ou um livro ao final da tarde.

Feelin' it

Pronto. Confesso. Estava, de facto, num dia daqueles em que tudo parece correr bem e bater certo e as estrelas se alinham e até sem maquilhagem (fora o batonzito!) me estava sentir a última bolacha do pacote. Desses dias.

Pants - Lefties | Jacket & Shirt & Bag - Vintage | Sunglasses - Nafta Vintage | Shoes - Primark
Fotografia de José Santos

Será culpa do vintage?

Culpem a minha camisa leopardo a ser usada com o meu mais-que-querido lacinho. Culpem o casaco que roubei - again - ao Zé. Culpem as minhas calças com racing stripes, que também já apareceram por cá. Culpem os meus óculos lindinhos que pus na cara por gozo e acabaram por se tornar na minha nova paixão assolapada, exactamente como aconteceu com a carteira. Socorro. Serei uma hipster e não sabia?

Almejando outra visita ao Almeja

Foi ainda no ano passado que tive o prazer de, a convite da Zomato, estar presente num jantar no Almeja que nos permitiu conhecer este espaço, na altura aberto recentemente, o seu conceito, e também uma nova forma de fazer chegar a água aos nossos copos na restauração e em empresas: as garrafas d'água.




O Almeja aproveitou a recuperação de um edifício no coração da Rua Fernandes Tomás para trazer à Baixa um espaço lindíssimo, acolhedor e ao mesmo tempo moderno. O seu conceito de casual fine dinning, conjugado com a sua preocupação com a sustentabilidade e com a utilização de produtos frescos, que vêm directamente dos produtores, garantem que cada visita será diferente, fresca e saborosa - tanto que os menus estão sempre a mudar, e podem espreitar o mais recente no site.

Neste jantar, conhecemos também a d'água, uma marca portuguesa que se foca na purificação da água que nos é servida na torneira e que permite que após esse processo a água seja engarrafada em garrafas bonitas, reutilizáveis e seguras que são um mimo para a vista e para o ambiente.


Nesta visita, começamos o jantar com pão, azeite e manteiga caseira, como não podia deixar de ser - e um shout out da louca do couvert para a manteiga que foi só a melhor que já comi. Demos início às festividades com cogumelos silvestres com tupinambo e limão, numa mistura de sabores forte e salgada.

Iniciamos os pratos principais com um arroz "Negro" do Mondego com peixe, choco e salicórnia que me fez conhecer o meu amor por bacalhau fresco - que, acreditem, é óptimo! - seguido de porco Bísaro com legumes de outono, que provavelmente foi o meu preferido - dêem-me um puré de abóbora como acompanhamento a uma carne saborosa e bem grelhada e eu sou uma mulher feliz.

A liberdade de expressão funciona para os dois lados

"Já não há liberdade de expressão!"
"Já não se pode dizer nada!"
"Agora és obrigado a ser politicamente correcto!"


Na Era das fake news, dos trolls e das caixas de comentários que mais parecem campos de batalha, já não sei dizer quantas vezes li estas frases nos últimos anos. Na verdade, o 25 de Abril permitiu-me ler muita coisa que inspirou este post. Entendo que hoje em dia meio mundo se ofende com coisas que não lembram a ninguém e isso é irritante, mas estas afirmações, aliadas ao "lobby gay", à "ideologia de género" e ao "marxismo cultural" são provavelmente das expressões mais utilizadas como desculpa para se evitar uma discussão rica em argumentos e partir para o "eu tenho a minha opinião e tu tens a tua, por isso tens que me deixar em paz".

Mas isso não funciona assim...

Segundo a Constituição Portuguesa:

Artigo 37.º
Liberdade de expressão e informação

1. Todos têm o direito de exprimir e divulgar livremente o seu pensamento pela palavra, pela imagem ou por qualquer outro meio, bem como o direito de informar, de se informar e de ser informados, sem impedimentos nem discriminações.

2. O exercício destes direitos não pode ser impedido ou limitado por qualquer tipo ou forma de censura.

3. As infrações cometidas no exercício destes direitos ficam submetidas aos princípios gerais de direito criminal ou do ilícito de mera ordenação social, sendo a sua apreciação respetivamente da competência dos tribunais judiciais ou de entidade administrativa independente, nos termos da lei.

4. A todas as pessoas, singulares ou coletivas, é assegurado, em condições de igualdade e eficácia, o direito de resposta e de retificação, bem como o direito a indemnização pelos danos sofridos.