DILÚVIO. Um verdadeiro dilúvio de pensamentos. Bem sei que este espaço já começa a parecer um cartaz cultural, mas juro que não vos desiludo com esta sugestão.
A residência artística de que vos falei o ano passado regressa pelas mãos da
in skené, agora com um novo nome:
FORA. O conceito é o mesmo: dar voz a artistas profissionais e trazê-los para perto do nosso público. E traz-nos
DILÚVIO, uma criação de Diogo Freitas a partir de textos de Ricardo Neves-Neves. É uma reflexão viva, sagaz e curiosa sobre os nossos dias - aqueles, desde que Noé lidou com a bicheza, e até aos dias em que vivemos para ir para o escritório. Esses todos.
Nas palavras do Diogo Freitas:
"Noé,
Serão vocês sempre como Píramo e Tisbe, entre muros erguidos, só para se apaixonaram através das fendas e se matarem no fim?
Olha em volta.
A Liberdade foi presa por ser uma palavra de acentuação grave.
É necessário fazer um reset.
R-E-S-E-T.
R-E-S-I-S-T-I-R.
Re-existir!
Pega na van e faz-te à estrada, que isto por cá vai tudo na enxurrada.
Quantas vezes? Quantos resets?
Pode ser que voltemos ao mesmo... mas mais devagar..."
"[...] gostava muito que as pessoas se sentassem e parassem um pouco as suas vidas que estão a mil à hora e que nos escutassem. Porque o que está a ser dito aqui neste palco é um alerta, uma chamada de atenção. Existem mil e uma formas de dilúvio: pessoais, comunitárias, literais, metafóricas. Espero que isto ecoe, seja de que maneira for.
Este espaço é um espaço muito marcado mas com margem para a individualização de cada espetador."
(em entrevista ao Coffeepaste)