Retratografia | Recreate

Regressa o Retratografia: este mês, o desafio era recrear um (ou mais!) retratos, sem limitações de autor, tema ou época. Tentei fugir um pouco da minha zona de conforto e explorar a modelação de luz e retratos que não fossem para mim "escolhas imediatas" mas que, ainda assim, me deixassem com vontade de os recriar.

Pedi, por isso, à minha Mi e ao Zé que fossem os meus modelos. Um feminino e um masculino. Um quadro e uma fotografia. E depois juntei-me à mistura, com uma ode à rainha dos auto-retratos (com uma foto que nunca foi um auto-retrato).

Girl with a Pearl Earing 


A Rapariga com o Brinco de Pérola tem em mim o mesmo efeito que se diz ter a Mona Lisa - quero descobrir quem ela é e o que lhe passa pela cabeça. Este quadro de Johannes Vermeer joga com a luz e a sombra de um modo muito interessante e que me levou imediatamente a querer usar as nossas luzes do palco de ensaios para criar este efeito, pelo seu carácter dramático e forte. Já a Mi foi a modelo perfeita - obrigada por te emprestares a esta miúda misteriosa! Entretanto, sugiro também que espreitem esta fotografia que me apareceu nas pesquisas - um resultado lindíssimo de um jogo de recriação semelhante.


Auto-retrato: Vaidade ou Expressão?

A questão, para mim, está no "porquê" destas imagens - e até que ponto esta questão importa realmente.

Há uns dias discutíamos num ensaio alguns fotógrafos mestres na arte do auto-retrato - ao ponto de alguns deles trabalharem exclusivamente com este tipo de fotografia. E alguém soltou, em tom de brincadeira, um "esta é um bocadinho narcisista!". Mas esta brincadeira deixou-me a pensar: porque é que fazemos estas fotografias? E, numa onda mais relaxada, porque é que tiramos selfies? E no que é que são diferentes?

Selfies vs Auto-retrato?

Tod@s conhecemos alguém que vive para tirar selfies e que as publica todos os dias nas redes sociais. E tod@s conhecemos alguém que nunca as tira e até abdica de bom grado entrar nas de grupo. Na prática, considero que são uma forma quase fast-food de auto-retrato, uma expressão de quem somos e de como nos sentimos num dado momento, no imediato. E isto diz muito sobre a nossa auto-estima: para o bem e para o mal. Há já psicólogos que afirmam que as selfies são responsáveis pelo agravamento de dismorfias corporais e estados obcessivo-compulsivos relacionados com a imagem, que muitas vezes levam a que julguemos real o que vemos nos ecrãs - nunca se esqueçam que as lentes das câmaras causam distorção da imagem! Mas não entremos em detalhes sobre redes sociais porque isso daria toda uma nova discussão. A minha questão é: qual a diferença entre uma selfie e um auto-retrato?

I've got racing stripes

Sabem aquelas pessoas irritantes que têm sempre alguma coisa para fazer e, se não têm, encontram uma forma de passar a ter? Prazer, eu sou a Joana e sofro desse mal.

Trousers - Bershka | Parka - Zara | Sweater - Mango | Shoes - Lefties
Fotografia - José Santos


Um dia bom para mim é um dia em que fiz imensa coisa, mas sem grande correria para fazer tudo. No entanto, por vezes o "querer fazer tudo" causa uma de duas situações - normalmente, as duas: chegar sempre atrasada e andar num stress desmedido porque já é tarde e já devia ter saído/começado/acabado/etc.. No entanto, não sei viver de outra forma. E nisto lembrei-me deste post dos Palavra-Padrão lá no Instagram.

Quando a ficção é real: 1984 e a Coreia do Norte