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Os podcasts que me enchem os ouvidos

Não sei bem quando isto começou, mas a febre dos podcasts atingiu-me de forma séria: se há tarefas para fazer que não puxem pela cabeça, ou tempos "mortos" para preencher, eu vou ouvir um podcast. Já fui a pessoa que tinha playlists com música para tudo, mas agora sou a pessoa que tem um podcast para - quase - tudo (porque quando estou a fazer algo que me faça pensar não consigo estar verdadeiramente atenta ao que estou a ouvir).


Sem mais demoras:

deixo-vos as minhas sugestões de bons podcasts que publicam regularmente!




Quando estou a tratar da casa (e enquanto andei em obras!): 


FUSO

O podcast da Mariana aka Bumba na Fofinha não podia ser de outra forma: casual, informado e com humor à mistura - se assim lhe apetecer. Gosto muito deste seu lado menos ensaiado e mais "freestyle", em que os temas do dia são quase "desabafados", sempre com mente e coração abertos, e que nos deixam com um sorriso no rosto - nem que seja por tod@s partilharmos da sua desgraça do dia. Começou com a sua estadia em Nova Iorque - daí o nome - mas continuou (e ainda bem!) e agora dá-nos o prato da semana com bom humor e bom coração.


SimplyPodLogical

Lembram-se da rapariga que ficou famosa no Youtube por causa #polishmountain? É mesmo essa! A Cristine e o Ben, o seu namorado, são #couplegoals para mim: descontraídos, sem dramas nem clickbaits, falam sobre tudo, mas sempre com cabeça e com a capacidade de dizer que não sabem quando, de facto, não sabem. Discutem política, economia, vernizes das unhas, pop culture, tradições, tudo e mais um par de botas, com boa disposição e uma capacidade rara de manter os pés na terra quando são "estrelas" da Internet. 


AURORA, ou a peça sobre todos nós


Poderia tentar descrever a sensação de representar numa peça em que contamos a história de pessoas sem nome, pessoas que procuram fugir de terrores inimagináveis ou de uma miséria que não imaginamos possível. Hoje ou há 60 anos. Poderia dizer-vos que tentamos sentir na pele o abandono do mar, o vento e a luz que não sabemos se é vida ou morte.

Mas não vou tentar fazê-lo, porque sei que em nada se compara às sensações vividas por aqueles que realmente vivem as histórias que contamos. Seria injusto tentar pôr-me no lugar deles e delas, enquanto escrevo sentada confortavelmente, na minha casa, no meu país de paz, na minha segurança, e me lamento dos meus problemas diários que na verdade não são mais do que inconveniências.




Vemos relatos de crueldade inexplicável com quem foge da guerra e do terror ou da miséria nas suas casas. Vemos e ouvimos disparates xenófobos, alarmistas e desumanos de quem não consegue olhar para trás e ver a história do seu próprio povo, ou olhar para o lado e pôr-se no lugar do outro. Ouvimos as histórias dos nossos pais, avós, tios, que nos contam de quando fugiram da miséria ou da ditadura, a salto, até França.

AURORA é história destas pessoas sem nome, de lutas sem fim à vista, do mar que nos entrega a qualquer lado. De quem luta por uma vida qualquer, enquanto os outros "dançam até à exaustão".

Treinar a Mente

Aprender e melhorar algo que queremos desenvolver implica necessariamente conhecer o que existe, treinar, experimentar e saber as regras para poder quebrá-las. Fazer só "por fazer", sem reflectir sobre isso, nunca nos permitirá crescer como devíamos e desenvolver as nossas capacidades. O mesmo se aplica ao nosso crescimento como pessoa.

Passamos tanto tempo com a cabeça colada ao ecrã do telemóvel, que nos esquecemos de olhar para cima. Gastamos tanto em roupas e tretas que usamos uma vez para nunca mais pegar, e a seguir dizemos que a Cultura é cara e que não há dinheiro para bilhetes ou livros. Não é verdade, tudo é uma questão de prioridades (quando a corda não nos está no pescoço, claro).



Sem arte, sem sensações, sem imaginação, seríamos apenas máquinas. Essa não é uma vida que eu queira viver. A fotografia, teatro, literatura, cinema, e qualquer outra forma de arte trazem à superfície aquilo que verdadeiramente nos distingue como seres humanos: a nossa capacidade de interpretar e imaginar, de ver o belo e as histórias no meio de algo que pode ser interpretado de mil formas diferentes se for visto por mil pessoas diferentes.

E, por isso, tenho feito o esforço consciente de me deixar contagiar pelo que é posto à minha disposição: dar prioridade àquilo que verdadeiramente me enriquece. Exposições, livros, filmes, lugares, conteúdos online que têm algo a acrescentar àquilo que sou. Não quero, de forma nenhuma, armar-me em supra-sumo da cultura e da arte - estou bem longe disso. Mas há algo neste tipo de experiência que, num mundo em que o imediatismo e o óbvio são o que mais vende, nos torna melhores pessoas - mais pessoas.

Então agora GOT é anti-feminista?!

!ALERTA SPOILERS!

Se acompanham Game of Thrones e ainda não chegaram ao final, sugiro que se retirem de fininho e voltem aqui quando acabarem - a série é só um pretexto para esta discussão mas de certeza que vou escrever algo que vocês não querem ler!

E agora, o verdadeiro assunto:

Caramba. Eu sou feminista. Digo-o quantas vezes for necessário, com todo o orgulho e a força que já vai sendo preciso ter para dizer isto porque aparentemente continua a ser preciso explicar o que é o feminismo e uma pessoa cansa-se. Mas nem tudo é "militância". As mulheres não têm que ser glorificadas e dadas como a melhor das opções em todo e qualquer contexto só por serem mulheres.

A Dany deu a louca. A Arya teve medo. A Cersei fraquejou. O Jon mostrou ser um homem "do bem" e adepto do "for the greater good". E não sei se passo demasiado tempo a ver memes e comentários, mas ver mulheres a dizer que isto é misoginia faz-me confusão.

Dilúvio - ou uma viagem ao centro de nós

DILÚVIO. Um verdadeiro dilúvio de pensamentos. Bem sei que este espaço já começa a parecer um cartaz cultural, mas juro que não vos desiludo com esta sugestão.

A residência artística de que vos falei o ano passado regressa pelas mãos da in skené, agora com um novo nome: FORA. O conceito é o mesmo: dar voz a artistas profissionais e trazê-los para perto do nosso público. E traz-nos DILÚVIO, uma criação de Diogo Freitas a partir de textos de Ricardo Neves-Neves. É uma reflexão viva, sagaz e curiosa sobre os nossos dias - aqueles, desde que Noé lidou com a bicheza, e até aos dias em que vivemos para ir para o escritório. Esses todos.




Nas palavras do Diogo Freitas:

"Noé,
Serão vocês sempre como Píramo e Tisbe, entre muros erguidos, só para se apaixonaram através das fendas e se matarem no fim?
Olha em volta.
A Liberdade foi presa por ser uma palavra de acentuação grave.
É necessário fazer um reset.
R-E-S-E-T.
R-E-S-I-S-T-I-R.
Re-existir!
Pega na van e faz-te à estrada, que isto por cá vai tudo na enxurrada.
Quantas vezes? Quantos resets?
Pode ser que voltemos ao mesmo... mas mais devagar..."

"[...] gostava muito que as pessoas se sentassem e parassem um pouco as suas vidas que estão a mil à hora e que nos escutassem. Porque o que está a ser dito aqui neste palco é um alerta, uma chamada de atenção. Existem mil e uma formas de dilúvio: pessoais, comunitárias, literais, metafóricas. Espero que isto ecoe, seja de que maneira for.
Este espaço é um espaço muito marcado mas com margem para a individualização de cada espetador." (em entrevista ao Coffeepaste)

Seis personagens (e um blog) à procura de um autor

É amanhã. É já amanhã que estreia o motivo da minha ausência por estas paragens! Seis personagens à procura de um autor é a nova peça da in skené, minha casa do coração, com encenação de Fábio Pinto e um elenco maravilhoso com quem tenho partilhado os meus dias. Se quiserem ver o resultado, venham até ao Auditório Municipal de Gondomar entre os dias 27 e 31 de Março e prometemos dar-vos a volta à cabeça com tanta reviravolta!





Mais uma viagem alucinante, de muito trabalho, empenho, criação e, agora, nervosismo - hoje à noite temos o ensaio geral e já estou uma pilha mas, ao mesmo tempo, e como diria a minha querida Julieta, "mortinha de desejo por viver esta cena!".