O Quarto

Quando a nossa casa nos veio finalmente parar às mãos, a minha cabeça andava a mil ao imaginar as possibilidades de ter um espaço verdadeiramente nosso, onde podíamos sentir-nos realmente confortáveis e transformá-lo num lar. 

A primeira divisão que ficou minimamente "pronta" foi, claro, o quarto - afinal de contas, precisávamos de dormir em algum lado mesmo que a casa estivesse virada do avesso (que esteve, durante muito tempo), e a minha mania de arrumar antes de dormir nunca me deixaria descansar enquanto o quarto não estivesse minimamente habitável e arrumado. Desde então já sofreu algumas alterações, arranjos pontuais e tweaks que me vão surgindo. Não digo que esteja 100% terminado mas está perto - mas sei que vão sempre surgindo ideias e projectos de DIY novos. Entretanto, deixo-vos espreitar o nosso quarto no seu estado actual!

O Início

Paredes ok, tecto cheio de condensações porque os antigos donos não abriam as janelas, uma parede com um painel de madeira envernizado com um verniz cor-de-laranja, um "closet" preto - que na verdade é um armário enorme encaixado num walk-in sem porta - que parecia um buraco negro mesmo em frente à cama. Não recebemos nenhuma desgraça, mas sem dúvida que tínhamos muito o que fazer para deixar este espaço como queríamos: leve, airoso, calmo e confortável, com madeiras à vista e toques de materiais "em bruto" - acabamos depois por perceber que a corda ia ser um elemento repetido.

Mãos à Obra!

Começamos a pintar a casa precisamente por aqui: paredes e tectos, corremos tudo. Não é uma tarefa simples se não estivermos "familiarizados" com o que implica e se não estivermos dispostos a ficar com umas dores persistentes em todos os músculos do corpo e as mãos num estado lastimável. Mas faz-se bem quando a pressa e a vontade de poupar uns trocos se juntam a uma larga experiência de mudar cores de paredes no quarto de uma adolescente com aspirações a decoradora e uma longa linhagem de DIYers de ambos os lados da família. 

Pintamos paredes, tecto, e eu ainda me atirei a pintar as beiras e as laterais do nosso PAX halloweenesco da mesma cor da parede (já fisgada em colocar-lhe as nossas portas que trouxemos da casa antiga e comprar mais iguais). Demorou uns dias - ou umas semanas com a roupa em caixotes - mas lá foi. Madeira e tudo. 

A escolha das cores foi um processo pensado mas fácil: queríamos uma cor que não cansasse, clara (porque a casa tem bastante luz mas como está orientada a N/S acaba por ficar muito diferente em diferentes horas do dia), mas não queríamos branco puro porque seria demasiado frio e menos confortável. Assim, deixamos o branco puro para o tecto e nas paredes fomos para um branco ligeiramente mais quente (que se chama...Branco Puro. Não percebo.).

A Decoração 

A mobília e a decoração do quarto partiram do ponto em que tínhamos o quarto na outra casa. Usamos as mesmas portas do armário (com mais 3 para completar), a mesma cama, as mesmas mesinhas, o mesmo abat-jour, a mesma cómoda (que veio de casa da minha tia-avó e que precisa desesperadamente de uma envernizadela!). Acrescentamos uma prateleira DIY (claro) por cima da cama, um tapete enorme do IKEA mas que encontramos no OLX a metade do preço e que lavado ficou como novo, um tapete vindo directamente das Oportunidades do IKEA para o closet, candeeiros DIY, um charriot novo da Conforama, e estamos prontos. Time to decorate!   

A louca das plantas também está louca por verde e por um certo ar de mistério. Por isso, assim que vi este poster na PosterLounge soube que o queria neste quarto. A moldura foi completamente DIY porque todas as opções que vi em 1000 lojas eram caríssimas e demasiado sem graça - deu algum trabalho mas não foi difícil, gostavam que vos dissesse como fiz? Noutra onda, incluí também aquela pequena tela com uma folhinha: vegetal, discreto, leve. Perfeito!

A restante decoração do quarto partiu do meu amor - cof cof obcessão cof - por plantas, por fotografia, e já teve 3 ou 4 iterações no espaço de um ano. Nada de novo. Provavelmente ainda vou arranjar mais uns posters. E já me fartei de ter a cama branca, por isso o IKEA veio matar o bichinho! Outra nota quanto a têxteis: janelas grandes não se safam só com dois cortinados. Aprende, Joana!

E pronto. Cá estamos. Um ano depois, a casa já é lar, e o quarto foi dos primeiro sítios onde o senti. Há um sossego e uma leveza nele que me deixam descansar e que me fazem ser uma daquelas pessoas muito gratas quando acordo e vejo as pintinhas de sol a passar pelo estore e a iluminar cada detalhe. É giro, é tranquilo, e é nosso.