13 Qualidades

Tinha o título deste post em rascunho há imenso tempo, sem nunca ter tido a coragem de começar a escrevê-lo. Quando a Carolina nos sugeriu este tema para o Desafio 1+3 pensei que seria fácil desenvolvê-lo. Afinal, já fui aprendendo a gostar de mim de forma a conseguir escrever sobre 13 qualidades que identifico na pessoa em que me tornei - pensava eu. No entanto, parecia sempre tudo mais interessante, mais fácil, mais importante. Ou, para dizer a verdade, menos assustador. Mas lá escrevi 8. E assim ficou, meses, parado nos rascunhos.


A culpa "cristã" que ainda temos, culturalmente falando, impede-nos, de um modo geral, de reconhecermos aquilo que vemos de bom em nós. Aceitar um elogio com um "obrigada" e um sorriso no rosto ainda é visto por muitos como sinal de que somos presunçosos. Então o que dizer da reacção ao "eu sou bom -nisto-/bonito/forte/etc..": é quase dado como altivez pura e dura. Mas, por um mundo em que tenhamos o direito a reconhecer em nós aquilo que gostamos, é importante começarmos por algum lado.

Assim sendo, - respira fundo -, cá vai!


1. Sou empática.
Apesar de ferver em pouca água, tenho sempre um lugar guardado para a perspectiva do outro aquando da resolução de conflitos ou problemas.

2. Sei cozinhar.
Bragging rights porque sendo a comida uma das coisas que mais gosto no mundo, sei diferenciar um prato bem temperado e saboroso de um pãozinho sem sal!

3. Aprendo bem.
Se for necessário aprender o que quer que seja, eu aprendo. Suponho que o truque está em não ter medo de fazer figura de parva ao início e perguntar. Perguntar tudo, perguntar sempre!

4. Sou de sorriso fácil.
E, embora tenha bitch face quando estou distraída e fique sempre uma pilha de nervos quando não conheço ninguém, até me safo em contextos sociais diversos.

5. Gosto de viver.
Sou absolutamente contra viver a vida amargurada - e claro que há momentos em que o faço, e claro que há coisas que nos deitam abaixo - mas recuso-me a deixar-me ser engolida por isso ou a arrastar quem não tem culpa disso comigo para o fundo do poço.

6. Sou cautelosa.
Penso bem em todos os prós e contras de todas as decisões que tomo - o que faz com que este pudesse também ser um defeito meu, porque me torna altamente indecisa e "medricas".

7. Sou poupada.
E agradeço esta à minha Mãe. Sem grandes exageros, que a vida é para ser vivida, mas a única coisa em que me permito ser mais "estouvada" é na comida e em viagens. E mesmo aí, tenho juízo. Aprendi que, não sendo o mais importante na vida, ter uma almofada de segurança me permite dormir sabendo que, se algum imprevisto acontecer - tipo roubarem-me o carro, né......... -, não vou viver para o meio da rua.

8. Não sou de extremos.
Esta provavelmente vai beber à n.º 1. Odeio extremos. Nada na vida é a preto e branco, ninguém está certo 100% do tempo, e ninguém me garante que a um certo ponto não acontece algo que me faz mudar de opinião sobre um dado assunto. Portanto, não me atirem verdades absolutas - a não ser aquelas ditadas pela ciência, e, mesmo essas, vivem da investigação e evoluem.

9. Sou desenrascada.
Espírito de engenheira. Espírito de 'tuga. Ou não fôssemos nós conhecidos pela capacidade de desenrasque. Para as coisas do dia-a-dia, procuro ser uma pessoa mais de soluções do que de problemas.

10. Sei ouvir.
Não sou o poço de todos os segredos, mas acredito que os meus amigos sabem que podem apoiar-se em mim quando precisam. Seja só para ouvir ou para dar um pouco de tough love, mas sem ser em modo "eu digo tudo o que penso". Longe disso. Se digo o que penso, é porque me preocupo.

11. Consigo gostar de mim, mesmo vendo defeitos.
Ainda há uns dias conversava sobre isto com o Zé. Cresci a pensar que era um trambolho. Sem mamas, nunca muito "na linha", com celulite, barriga e uns dentes esquisitos. Cocktail perfeito para a adolescência. Felizmente consegui sair desse buraco (o mental!) e, olhando para trás, só consigo ter pena daquela miúda que, não sendo a miúda mais gira da escola, não era nenhum trambolho nem tinha que se sentir menos do que ninguém, mesmo que o fosse. Sei que, por muito self loving que eu queira ser, rodear-me das pessoas certas foi essencial nisto. A verdade é que o caminho que fiz permite-me hoje olhar ao espelho e gostar de mim. Do meu peito pequeno e do meu narizito de tucano, ver a minha barriga como algo em que posso trabalhar se me apetecer mas que nunca me tira o sono - nem me vai pôr de dieta por qualquer tipo de necessidade de encaixar num padrão - e saber que a minha celulite só prova que eu sou humana. Sou muito mais do que aquilo que vejo ao espelho. E o que vejo sou eu, e gosto, sem desculpas.

12. Sei manter a minha vida drama-free.
E olhando à minha volta, só posso concluir que não é só por sorte, e que tenho - todos temos - mão nisso. Se há coisa que não entendo e com a qual não conseguiria lidar, é a vida de novela mexicana que algumas pessoas levam [claramente] por opção própria. Passar os meus dias a preocupar-me com intrigas inúteis não é, mesmo, algo que eu queira e sou bastante boa a sair de pantufinhas quando sou arrastada para essas coisas. Call me boring, mas eu agradeço a todos os anjinhos por não ter drama.

13. Aprendi a viver pelas minhas próprias regras.
Não crio guerras, mas também não cedo a pressões. As minhas metas como pessoa, mulher e profissional sou eu que defino. Não vou agir de forma x porque é o que é cool. Não vou marcar casamento e data de nascimento de filhos a não ser quando quiser(mos). Não vou mastigar o meu trabalho até às 21h só para parecer bem. Tenho os meus valores, cumpro os meus objectivos, sou competente naquilo que faço. E para mim é isso que importa.


Eu sei, aborrecida. Mas feliz porque acho que a Joana de 10 anos olharia para a Joana de 28 anos como um exemplo a seguir. E isso já é qualquer coisa!


5 comentários :

  1. Tão bom ler estas tuas palavras, Juanita!
    Sinceramente, não sei como conseguiste escolher só 13 coisas boas :)

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  2. Terminei a leitura deste artigo com um sorriso no rosto. É sempre extraordinário testemunhar amor próprio (mesmo quando ele é manifestado de forma comedida). És incrível, Jiji!

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    1. Oh obrigada, querida Inês! Prefiro manter sempre os pés na terra, verdade :p o que não me impede de olhar o céu! <3 ***

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  3. Não aborrecida, muito pelo contrário! E também acrescentaria ecologica :)

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